sábado, 20 de novembro de 2010

O corpo de Paula-Anne Brunner(nascida em Schobart) foi encontrado no parque público na Neumannstrasse.

Um oficial da cavalaria austríaca, Herr coronel Viktor Rodiansky, um mercenário registrado do exército prussiano, caminhava pelo local à espera de uma dama cujo nome de recusa revelar. Chegou ao parque às quatro da tarde, quando sabia que grande parte dos cidadãos teria comparecido à cerimônia de enterro do recém-falecido e muito saudoso superintendente Brunswig na catedral. O coronel Rodiansky relata que a noite em questão não estava excessivamente fria nem úmida, mas uma névoa vinda do mar reduzia a visibilidade a um máximo de cinco ou seis metros. O tempo inclemente era muito adequado aos seus propositos, admitiu o oficial. Caminhando pelo local e fumando um cigarro enquanto esperava até a hora marcada, o coronel Rodiansky vislumbrou uma mulher ajoelhada ao lado de um banco de madeira e não foi pouco o incômodo nque sentiu por sua presença indesejada no local. Naquele momento, a dama pela qual esperava e a atenção do coronel Rodiansky se desviou da desconhecida. Ele presou pouca atenção ao fato de ela estar ajoelhada em um parque público, atribuindo a posição às preces que supôs que ela, como muitas das suas conterrâneas, estaria fazendo pela alma do superintendente Brunswig, ainda que, por alguma razão, algo a tenha impedido de unir sua voz âs dos demais cidadãos na catedral.

A amiga do coronel Rodiansky mostrou-se mais perturbada ao encontrar uma terceira presença no encontro e olhava constantemente em direção à mulher ajoelhada, na esperança de que ela terminasse a prece e se retirasse do parque. Finalmente, aventando a possibilidade de a estranha estar doente ou ter sofrido um acidente, o casal se aproximou. Perceberam então que a mulher orando era, na verdade, um cadáver ajoelhado, e a polícia foi notificada pelo coronel Rodianskym que, primeiramente, tomou medidas para salvaguardar o anonimato da amante levando-a para casa.

O documento vinha assinado pelos mesmos dois oficiais que redigiram o relatório do primeiro assassinato, Lublinsky eKopka.




GREGORIO, Michael. Crítica da razão criminosa. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2006. 463 p.