domingo, 27 de março de 2011

3. O TAL DO SEGREDO

O banheiro sempre fora um grande problema. Eles se conheceram no banheiro de um clube, quando tinham aproximadamente seis anos de idade. Desde pequenos, sempre unidos. Ah, o amor era tão grande. Tudo o que fazia era pensando nele. Conseguia reconhecer seu cheiro em qualquer lugar do mundo que estivesse. Ele era seu segredo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

2. UMA COISA DE CADA VEZ

Começou a fazer terapia. Percebia que precisava achar sentido para alguma coisa. Aquilo, daquele jeito que era sua vida, não estava certo.
Os amigos se tornaram estranhos fúteis, ou até conseguiam fazer alguns momentos felizes, mas quando chegava em casa a solidão batia, se perguntava principalmente sobre a morte e o que seria Deus.
Estava disposta a ser totalmente sincera neste tratamento. Ir até o final o tratamento, era o que pensava, lembrando de outros três tratamentos psiquiatricos que abandonou.
E, precisa se libertar de alguns medos, manias, e algumas pessoas que não acrescentavam nada de bom na sua vida.

quinta-feira, 3 de março de 2011

1. PRIMEIRO HOJE, ESQUEÇA O ONTEM

Mais um dia típico no banco.
A senha 272, o monitor mostrava 264 alternando com números de dígito inicial 4 dos caixas preferenciais para idosos e deficientes. O dígito inicial 4 a intriga, não havia lógica ou sequencia.
O casal rindo à frente muda seu foco de atenção. A moça ri e aconchega o rosto no peito de seu namorado, pois não havia aliança e a felicidade era demais. Ele moreno de sol, um pouco forte, pensou que talvez ele trabalhasse bastante no sol e de regata, percebendo ao analisar os ombros morenos.
Pessoas morenas a fascinava. Começava a pensar como a cor ela linda e os beneficios da pele negra. Agradecia a qualquer entidade invisível por sua descendencia longiqua de africanos. Seu tom de pele amarelado a irritava.
Um homem loiro chama atenção. Seu rosto, o pescoço estava inchado e vermelho em alguns pontos. Deduziu que estava espremendo os cravos e espinhas no banheiro do banco. Tinhas mais de 30 anos e preocupou-se por aquele ser humano estar se espremento no banheiro de lugares públicos, e ficar todo vermelho e inchado, quando nao fica saindo liquido e sangue. Ele poderia ser uma pessoa triste.
O som da senha 265 a fez parar de pensar um pouco. Acreditou ter passando umas três senhas, mas era apenas a senha seguinte.
Respirou fundo, olhou as pessoas em volta, colocou as mãos no joelho, e recordou de como a vida era mais fácil antes de ela o ter mandado embora.